21 de Julho: aniversário de Sweet Child O Mine !

M.A.R

 Vez por outra, como de costume, aparecem aquelas famosas – e quase sempre injustas – listas de maiores disso ou daquilo no mundo da Música… Nos últimos anos, a polêmica ficou por conta das listas dos 100, 50  ou 10  maiores guitarristas de todos os tempos. Se o nome de Slash merece ou não estar presente em uma ou outra dessas listas, ou em todas, já que elas carecem – às vezes desesperadamente – de imparcialidade ou, no mínimo, de bom senso, a discussão é outra… Indiscutível mesmo é o fato de o dono da cartola mais famosa do Planeta – assim como poucos outros – ter conseguido realizar, em se tratando de riffs de guitarra, uma verdadeira façanha – aqui, no caso, conhecida como Sweet Child O’ MineRiffs assim – daqueles que se tornam imortais – normalmente não surgem de modo deliberado, decidido ou planejado. Ainda mais no caso de Slash, que na Califórnia de meados dos anos 80, vivia, juntamente com os demais comparsas de Guns N’ Roses, uma vida naturalmente desleixada, como até então mandava a cartilha do bom e velho Rock n’ Roll – a canção Reckless Life  que  o  diga!

 Estávamos numa casa que uma companhia […] havia alugado pra gentedisse Slash. E  numa  tarde, quando a fumaça da noite anterior ainda se dissipava, Duff, Izzy e eu estávamos sentados no chão – já não tínhamos mais nenhum móvel – e eu estava brincando com aquele riff. Com toda  honestidade, eu realmente não sei de onde tirei aquele riff, mas de repente começou a soar  bem legal.  Izzy começou a tocar um violão por trás e as mudanças de acordes foram aparecendo. Axl   estava no andar de cima, em seu quarto, e escutou a música. Dias depois, após terminarmos a  estrutura simples de riff e acordes, Axl disse, toquem aquela música que vocês estavam tocando outro dia. Nós perguntamos, que música?, e ele falou, aquela com o do dodo do doo do do. Ele havia escrito algumas letras para ela sem que a gente soubesse. Ela ficou pronta [num tempo] relativamente rápido. Começamos a ensaiá-la e a escrevemos do início ao fim…     http://www.classicrockrevisited.com/interviewSlash.htm

 Dali em diante, Sweet Child O’ Mine entraria para a história da música mundial como um dos riffs mais curiosos e ao mesmo tempo empolgantes já produzidos. Todo respeito que existe a riffs como Day Tripper, de Lennon e Mc Cartney [Beatles]; Satisfaction, de Keith Richards [Rolling Stones]; Sultans of Swing, de Mark Knopfler [Dire Straits] e, dentre tantos outros, a inconfundível Eye of the Tiger, de Frankie Sullivan e companhia do Survivor, imortalizada em 1982 pelas pancadas do boxeador cinematográfico Rocky Balboa [Stallone],  mas Sweet Child O’ Mine  tem algo mais…

 Sim, porque, apesar dos mais de 25 anos, ainda hoje consegue, como nenhum outro som, despertar, feito alarme disparado, a atenção até mesmo dos ouvintes mais veteranos, surpreendidos como vítimas de um assalto que, embora encabeçado por Mister Axl Fuckin Rose e executado por McKagan, Stradlin e Adler – indivíduos de altíssima periculosidade sonora –, tem como mentor  intelectual e principal executor Saul Slash Hudson, condenado à prisão perpétua nas páginas da História do Rock por cravar em corações e mentes uma das balas mais perfurantes já disparadas até hoje:  Sweet Child O’ Mine!

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Alguns  dados  da  música: 

– Faixa do disco de estreia do Guns N’ Roses (lançado em 21/07/1987)

– Lançada como single em 1988

– A letra da canção homenageia Erin Everly, na época, namorada de Axl Rose…

“Sweet Child”  executada ao vivo em Tokyo, 1992